Ile Asé Osun Opara

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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A SEMANA NUMA CASA DE CANDOMBLÉ.



                                         A SEMANA NUMA CASA DE CANDOMBLÉ.



A semana para o povo Yorubá era composta de 4 dias, pois foi neste
espaço de tempo que o mundo foi criado. Segundo as narrativas tradicionais o quinto
dia foi reservado para reverenciar o Ser Supremo, Olórun, e para descansar.
Para cada dia da semana — Ojó òsè — é designado um Òrìsà
regente, identificado com a tarefa a ser exercida pela humanidade:


1º Dia — Ojó Awo.
Consagrado ao exercício da sabedoria pelo poder de Òrúnmìlà, na
revelação dos fatos pertinentes ao destino das pessoas, suas aflições, desejos e condução de vida com retidão. Para isso, o primeiro dia é sempre destinado à prática da consulta
divinatória — Awo — por meio dos búzios ou do Ifá.


2º Dia — Ojó Ògún.
Dedicado à tarefa da luta pela sobrevivência e conquista de posições
consagradas pela sociedade. É o trabalho diário para o sustento familiar, desbravando as
batalhas que a vida apresenta, superando-as com dignidade na busca das realizações
que lhes foram destinadas.


3º Dia — Ojó Jàkúta.
O terceiro dia exalta a justiça a que todos estão sujeitos quando
infringem as lei do Ser Supremo. Jàkúta é a denominação de um antigo Òrìsà,
anterior a Sàngó, cujo nome significa “o atirador de pedras”, numa alusão aos
meteoritos que caem do espaço atingindo pessoas, casas e comunidades, como forma de
punição divina por erros cometidos. Por isso é cognominado o Justiceiro de
Olódùmarè.


4º Dia — Ojó Obàtálá.
Reverencia Òsàlá, a quem foi incumbida a criação da Terra. Neste
dia é reverenciado o princípio criador e formalizador das idéias. Determina um
comportamento digno, boa conduta e caráter íntegro das pessoas.


  O primeiro dia após o quarto dia da semana Yorubá é denominado de
Ojó Ojà Ifé — dia do mercado de Ifé.
O contato cultural entre negros e brancos exigiu uma revisão na
ordenação dos dias da semana, sendo aceito o sistema ocidental de sete dias. Foram
designadas divindades tutelares para cada dia a fim de definir o tempo sagrado:


Segunda-feira — Èsù, Omolu

Terça-feira — Nàná, Òsùmàrè
Quarta-feira — Sàngó, Yánsàn
Quinta-feira — Òsóòsì, Ògún
Sexta-feira — Òsàlá
Sábado — Yemojá, Òsun
Domingo — Todas.



Os dias específicos para determinados rituais foram convencionados
como variações de acordo com a natureza de certas divindades e as tradições seguidas
por determinadas Casas:


Segunda-feira — obrigação para Èsù na maioria dos casos, com
trabalhos de sacudimento e outros serviços espirituais.
Quarta-feira — oferecimento do Àmàlà e oferendas votivas; ritos
de Bori ; nos ritos de iniciação, determina a entrada para as obrigações, a fim de que
os 16 ou 17 dias de recolhimento tenham o seu término num Sábado, para a festa
pública do Nome de Ìyàwó. Em alguns casos, não há esta obrigatoriedade de o nome ser
dado num Sábado.



Sexta-feira — neste dia, o Candomblé paralisa suas atividades, por
ser consagrado à Òsàlà. Resquícios do sincretismo pelo fato de Jesus ter morrido neste
dia da semana, daí a expressão Sexta-feira Santa. Nos Candomblés jeje, uma pessoa
recolhida para iniciação fica virada sempre, só desvirando às sextas-feiras.
Sábado — de madrugada, ritos de sacrifício, e à noite, as festas
públicas.



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