O porque da Escrava no Iyawo.

                             O porque da Escrava no Iyawo.

Para um melhor conhecimento deste apetrecho, vou partir de sua origem.  

   A Escrava (Peia) é um apetrecho de ferro puro, uma argola que trazia no tornozelo. que é utilizado para iniciação de noviços, dentro dos Candomblés tradicionais de vários Estados do Brasil.

  Nos "Tumbeiros"(navios negreiros), por parecer como Tumbas, por isso o apelidaram assim. Negros escravos eram trancafiados dentro deste porão fétido, imundo, cheirando à carne podre. Os tumbeiros eram verdadeiras sepulturas pois durante a viagem morriam, eram jogados em em auto mar Reis, Rainhas, Princesas, Sacerdotes(a).... em geral 40% dos negros. O banzo é uma doença que se caracteriza por uma profunda tristeza, por um abatimento moral ou físico.

  A série de instrumentos de suplício desafia a imaginação das consciência mais duras: o tronco, o vira mundo, o cepo, as correntes, as algemas, o libambo, a gargalheira, a gonilha ou golilha, a peia, o colete de couro, os anjinhos, a máscara, as placas de ferro.

  Abriam-se as suas duas metades e se colocavam nos buracos o pescoço (hoje Kèlè de ferro), os tornozelos (As Escravas hoje) ou os pulsos (hoje os Idés de metal) dos escravos, depois que eram fechadas as extremidades com um grande cadeado.

  O chocalho (Hoje o Sáorò, "guizos") que dava sinal quando o negro andava, queria indicar que se tratava de um escravo fujão. Ficavam dentro de barracos (hoje"Hunko, Hundeime, Ile Igbo Aku....") de madeira, igual ao dos porcos.

  A parte boa quando eram "libertados" tiravam todos aqueles apetrechos, seus parentes aqui fora comemoravam a saída deles com suas louvações (saída de Iyawo hoje), davam lhe nomes luso-brasileiro como: Joaquim, josé, Maria, Ana.... como seriam conhecidos, (hoje, O dia do nome "Orukó"), onde o Iyawo fala bem alto para que todos no mercado, possam ouvir seu nome.

  Guardem isso! Todas as vezes que retiramos um Iyawo, estamos libertando um escravo, da linhagem de Odé, Sango, Osún, Oluwaiye......, é uma nova vida pra frente..

           

William Tí Ajagunnon.