MÚSICA E DANÇA — OS OGANS
Toque de Candomblé é o mesmo que festa, pois se refere às batidas
dos atabaques, que possuem uma variedade significativa de ritmos identificados com a
necessidade do momento. São mais de 15 ritmos diferentes, acompanhados de cântico
ou não. Esses toques têm o poder de entrar em sintonia com o Òrìsà, pois fornecem
elementos como gestos e movimentos do corpo que entram em afinidade de forma
irresistível.
As celebrações de barracão, os toques, consistem numa seqüência de
danças, em que, um por um, são honrados todos os Òrìsà, cada um se manifestando no
corpo de seus filhos e filhas, sendo vestidos com roupas de cores específicas, usando
nas mãos ferramentas e objetos particulares a cada um deles, expressando-se em gestos
e passos que reproduzem simbolicamente cenas de suas biografias míticas. Essa
seqüência de música e dança, sempre ao som dos tambores (chamados rum, rumpi e lé)
é designada sirè, que em iorubá significa "vamos dançar". O lado público do
candomblé é sempre festivo, bonito, esplendoroso, esteticamente exagerado para os
padrões europeus e extrovertido.
Para a realização da festa, que será movimentada por cânticos e
danças, são necessárias as presenças dos Ogans, que tocarão os instrumentos musicais,
os quais, de marcarem o ritmo, são os responsáveis pela vinda dos Òrìsà com cânticos
apropriados. Nos Candomblés existem os cânticos que são entoados com os Òrìsà
manifestados e outros não.
Os atabaques são tocados por Ogans confirmados da Casa ou por
visitantes importantes, merecedores de homenagens especiais.
Os atabaques são instrumentos sagrados que passam por rituais de
iniciação e recebem obrigações como verdadeiras divindades. São devidamente
paramentados com Òjà da cor do Òrìsà homenageado ou na cor branca. São em
número de 3, e, de acordo com a nação seguida pelo Candomblé, tomam nomes
diferentes, do maior para o de menor tamanho, cada um com som diferenciado, de
acordo com o tipo de toque ou com o tipo de som que queiram dar, percutidos com as
mãos ou com varetas de madeira:
Nação de Candomblé: Kétu Jeje
Atabaque maior Ìlù Hun
Atabaque médio Ìlú Òtún Humpi
Atabaque menor Ìlù òsì Le
Varetas Àtòri Agidavi
Campânula de metal Àgògo Gán
O maior dos três atabaques utilizados é o mais destacado, não só pelo
seu tamanho, mas pelo que ele realiza. Ele é o solista, marcando os passos da dança com
repiques e floreios. Só os mais experientes podem tocá-lo, e, na escala do aprendizado,
ele é o último a ser percutido por quem deseja aprender a tocar, porque devem conhecer
os momentos para os repiques que irão permitir que o Òrìsà, dançando, realize as
variações nos movimentos que lembrarão as ondulações das águas de Òsun, as lutas e
agilidade de Ògún e Sàngó, o ato da caça de Òsóòsì, o ninar da criança de Nàná, a
extensão e beleza do arco-íris de Òsùmàrè, o baçançar das folhas ao dançar com uma
perna só por Òsányín ou o pilar do inhame por Òsàgiyán. Os atributos míticos dos
Òrìsà são revelados desta forma.
É ele, ainda, que “dobra o couro”, avisando da chegada de visitantes
ilustres, mudando o ritmo do momento, para um bater descompassado. Os dois, o
intermediário e o menor, fazem o fundo sem variações maiores. É por eles que se
começa o aprendizado e o desenvolvimentos do dom natural de tocar e memorizar.
Este blog foi feito para meus irmãos, amigos, Babalorisá, Iyalorisá e todos que se simpatizam com nosso culto ao Orisá. Muito me pediram para que eu coloca-se Itàn (história). Desfrutem e qualquer dúvida, mande seu comentário.. William Ti Ajagunnon.. Asé
Ile Asé Osun Opara
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
A SEMANA NUMA CASA DE CANDOMBLÉ.
A SEMANA NUMA CASA DE CANDOMBLÉ.
A semana para o povo Yorubá era composta de 4 dias, pois foi neste
espaço de tempo que o mundo foi criado. Segundo as narrativas tradicionais o quinto
dia foi reservado para reverenciar o Ser Supremo, Olórun, e para descansar.
Para cada dia da semana — Ojó òsè — é designado um Òrìsà
regente, identificado com a tarefa a ser exercida pela humanidade:
1º Dia — Ojó Awo.
Consagrado ao exercício da sabedoria pelo poder de Òrúnmìlà, na
revelação dos fatos pertinentes ao destino das pessoas, suas aflições, desejos e condução de vida com retidão. Para isso, o primeiro dia é sempre destinado à prática da consulta
divinatória — Awo — por meio dos búzios ou do Ifá.
2º Dia — Ojó Ògún.
Dedicado à tarefa da luta pela sobrevivência e conquista de posições
consagradas pela sociedade. É o trabalho diário para o sustento familiar, desbravando as
batalhas que a vida apresenta, superando-as com dignidade na busca das realizações
que lhes foram destinadas.
3º Dia — Ojó Jàkúta.
O terceiro dia exalta a justiça a que todos estão sujeitos quando
infringem as lei do Ser Supremo. Jàkúta é a denominação de um antigo Òrìsà,
anterior a Sàngó, cujo nome significa “o atirador de pedras”, numa alusão aos
meteoritos que caem do espaço atingindo pessoas, casas e comunidades, como forma de
punição divina por erros cometidos. Por isso é cognominado o Justiceiro de
Olódùmarè.
4º Dia — Ojó Obàtálá.
Reverencia Òsàlá, a quem foi incumbida a criação da Terra. Neste
dia é reverenciado o princípio criador e formalizador das idéias. Determina um
comportamento digno, boa conduta e caráter íntegro das pessoas.
O primeiro dia após o quarto dia da semana Yorubá é denominado de
Ojó Ojà Ifé — dia do mercado de Ifé.
O contato cultural entre negros e brancos exigiu uma revisão na
ordenação dos dias da semana, sendo aceito o sistema ocidental de sete dias. Foram
designadas divindades tutelares para cada dia a fim de definir o tempo sagrado:
Segunda-feira — Èsù, Omolu
Terça-feira — Nàná, Òsùmàrè
Quarta-feira — Sàngó, Yánsàn
Quinta-feira — Òsóòsì, Ògún
Sexta-feira — Òsàlá
Sábado — Yemojá, Òsun
Domingo — Todas.
Os dias específicos para determinados rituais foram convencionados
como variações de acordo com a natureza de certas divindades e as tradições seguidas
por determinadas Casas:
Segunda-feira — obrigação para Èsù na maioria dos casos, com
trabalhos de sacudimento e outros serviços espirituais.
Quarta-feira — oferecimento do Àmàlà e oferendas votivas; ritos
de Bori ; nos ritos de iniciação, determina a entrada para as obrigações, a fim de que
os 16 ou 17 dias de recolhimento tenham o seu término num Sábado, para a festa
pública do Nome de Ìyàwó. Em alguns casos, não há esta obrigatoriedade de o nome ser
dado num Sábado.
Sexta-feira — neste dia, o Candomblé paralisa suas atividades, por
ser consagrado à Òsàlà. Resquícios do sincretismo pelo fato de Jesus ter morrido neste
dia da semana, daí a expressão Sexta-feira Santa. Nos Candomblés jeje, uma pessoa
recolhida para iniciação fica virada sempre, só desvirando às sextas-feiras.
Sábado — de madrugada, ritos de sacrifício, e à noite, as festas
públicas.
sábado, 29 de janeiro de 2011
IGI / EWE ODAN.
Igi Odán - Ficus sp – Moraceae
Nascida epífita e espontaneamente, semeada no andar superior da floresta por algum pássaro que se alimentou de seu fruto, esta impressionante árvore resplandece independente do lugar, exibindo poderosas raízes que contrastam com as sombras silvestres e com a folhagem verde-escura de uma monstera escandente em seu tronco.
É uma árvore que cresceu na contra-mão do usual e comportado de-baixo-para-cima da maioria das árvores. Seu broto nasce no galho de uma árvore, suas raízes descem e ao atingir o solo, começam a se transformar em poderosas raízes. Quem a vê imagina que seja pra lá de centenária, mas foi devido a um expediente ”nada louvável” que, em menos de 40 anos de pura “ingratidão”, chega a alcançar um avantajado porte: ela estrangulou sua hospedeira – a árvore, que lhe serviu de berço e de escada – da qual se nota ainda algum vestígio de sua “vitima”, quase totalmente emparedado em celulose. As outras árvores que estão em seu caminho sofrerão as mesmas conseqüências. No Estado da Bahia é comum visualizar estes brotos de desenvolvendo até mesmo em construções civis.
O gênero Ficus, da família Moraceae, conta com mais de 1000 espécies, em geral de folha perene, que apreciam climas amenos em regiões tropicais ou subtropicais e são muito usadas como árvores ornamentais. As flores são diminutas e estão ocultas em cápsulas polposas que depois se transformam nos frutos: um doce figo lampo é afinal um estojinho de flores.
Esta imponente árvore abriga a Divindade Ìrókò. Òrìsà raro, ou seja, possui poucos noviços iniciados e consagrado e raramente se vê Ìrókò manifestado em seus filhos. Cultuado principalmente nos terreiros tradicionais da nação de ketu. Sua esposa chama-se Aboman e sua única irmã Ondo. Esta relacionado nos Omo Odu Ofun – Ejioko,Ofun – Irosun e Ofun – Oworin. Ìrókò é o coletivo das Grandes Árvores, Guardião das florestas centenárias e das mudanças climáticas, a representação da dimensão tempo – espaço e o guardião da ancestralidade. Seus mitos o descrevem como com um homem bonito e forte, que passeava a noite pela floresta com uma tocha na mão. Espirito ancestral capaz de muitas mágicas e magias e respeitado por todos os seres. Sua essência impulsa os bons e maus pensamento dos caminhantes, pois é, a divindade de todos eles.
Ìrókò, não possui nenhuma representação física além da própria árvore, ou seja não tem “assentamento”, seu àse esta plantado, enterrado “acomodado” entre as poderosas raízes. Seu tronco ostenta uma faixa ou laço branco, alertando aos demais que ali reside o “sagrado”. Delimita-se um espaço para a sua morada com cerce e portinhola. Neste espaço devera conter um fogareiro, utensílios domésticos para o preparo das oferendas, potes e jarros, enfim, todo o ritual de Ìrókò deverá ser realizado neste espaço. Quando a necessidade de “limpar” este espaço, deverá ser usada uma vassoura específica e esta não poderá ser utilizada em nenhum outro espaço do Terreiro. “O que se utiliza na casa de Ìrókò não poder ser utilizado em outra casa.”Os mitos, nos revelam que os pássaros míticos Kotopori (macho) e Ikujegbe (fêmea) foram os encarregados de espalhar a semente deÌrókò por diversas florestas.
Muito se tem discutido sobre o culto de Ìrókò na gameleira branca, cujo o nome cientifico Ficus religiosa. O termo Gameleira (Ficus doliaria), além de ser a designação comum a diversas árvores da família das Moráceas especialmente as do gênero Ficus com madeira utilizada para a confecção de gamelas e inúmeros objetos domésticos. Na antiguidade, quando o culto foi estabelecido em nosso país, os antigos sacerdotes teriam “tratado” de que somente poderia haver um iniciado em cada linhagem. Nos tempos atuais, o culto a Ìrókò ainda continua cercado de segredos e mistérios.
Não se pode podar ou mesmo derrubá-la sem que antes seja realizados complexos rituais. Quando haja necessidade de tal, cada pedaço da árvore que se derruba, este deve ser enrolado em pano branco com determinadas substâncias e despachado, num verdadeiro rito fúnebre.
Esta proibição esta fundamentada em uma história de Ifa, que nos revela que Ìrókò antes de vir a Terra, foi consultar Ifá; este lhe aconselhou que renderá homenagem à Esu, oferecendo-lhe um bode, um galo, um facão, um machado de lamina dupla e outros ingredientes, mas este se negou a realizar qualquer oferenda. Se considerava forte e invulnerável, já que seu porte avantajado, causava assombro a todos os seres. E ademas, sua casa era o centro de reuniões dos anciões e anciãs da noite, por isso se sentia tão seguro. Passando um tempo, Esu insatisfeito com a falta de oferenda, se vingou de Ìrókò. Ensinou aos seres humanos a eficácia da magia de seus galhos e folhas, deu-lhe o facão para podar; revelou o quanto era boa e útil a sua madeira, deu-lhe então o machado para derrubar. Seu dedicou todo o seu tempo, a tarefa de que os seres humanos perdessem o medo de Ìrókò e também de que, este não tinha nada de extraordinário, seria simplesmente uma árvore, assim como as outras. Desde esse momento esta madeira é tão cobiçada e proveitosa para os homens que as derrubam sem nenhum escrúpulo para seu próprios beneficios. Assim foi como o grande Ìrókò caiu sob a força da raça humana, como resultado de sua negligencia em oferecer à Esu o que era de direito.
Os troncos não podem ser queimados e as folhas não pode serem cozidas. Não se pode subir nesta árvore, quando for necessário o uso de suas folhas, colhem-se as que despencaram por si só, ou seja as que estão caídas no chão. Aquelas com a parte superior voltada para cima, serão utilizadas para o “bem” e as voltadas para baixo servem para o “mal”. Para se extrair o sumo de suas folhas, se faz uso do pilão e de determinadas substâncias, não pode ser pilada com nenhuma outra folha.
Na África, Ìrókò habita a árvore Igi Ìrókò, de nome científicoChlorophora excelsa , da família das Moraceae que, por se tratar de uma espécie nativa do território africano não existia no Brasil e por condições climáticas não foi para cá transplantada.
Para o povo Yoruba, esta árvore é considerada uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos Yoruba. No entanto, originalmente,Ìrókò não é considerado uma divindade que possa ser inciado e consagrado na cabeça de ninguém, somente deverá ser reverenciado e ofertado.
Ìrókò é a morada de diversas entidades, principalmente a de espíritos infantis conhecidos ritualmente como Àbíkú e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Ìrókò, para afastar o perigo de que estes espíritos maléficos levem embora as crianças da aldeia para oorun. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado. Nem sempre essas precauções são suficientes para reter as crianças Àbíkú sobre a terra.Iyájanjansà (Chefe da sociedade dos Àbíkú machos) e Olikó (Chefe da sociedade dos Àbíkú fêmeas) são muito mais forte e ambos não deixam agir o que as pessoas tiverem preparado. Contra determinados abiku não há remédios. Iyájanjansà e Olikó os atraíra a força para o Céu.
Inúmeras reuniões de Oso (bruxo) e Àjé (bruxas) são realizadas ao redor da árvore Ìrókò onde são realizados sacrifícios e oferendas as Divindades Tutelar destas Sociedade.
A árvore Ìrókò não pode ser cortada antes de que haja determinados rituais. Obviamente que isto nem sempre é colocada em pratica, visto que sua madeira é altamente resistente e amplamente comercializada no mundo todo. As crenças locais revelam que as casa que a utilizam são assombradas, a própria madeira produz inquietantes ruídos e até mesmo um som horrível. Exemplo disto são portas fabricadas com esta madeira que abrem e fecham sem explicações lógicas.
O culto a Ìrókò é um dos mais populares em terras Yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Ìrókò, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem. Ìrókò está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos.
IROKO.
IROKO
Iroko (Chlorophora excelsa) - Árvore africana, também conhecido como Rôco, Irôco, é um orixá, cultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketu e, como Loko, pela nação Jeje. Corresponderia ao Nkisi Tempo na Angola/Congo.
No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado. Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: Nanã,Obaluaiyê, Oxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias.
No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. Na África, sua morada é a árvore iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada.
Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás. No entanto, originalmente, Iroko não é considerado um orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém.
Para os yorubás, a árvore Iroko é a morada de espíritos infantis conhecidos ritualmente como "abiku" e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Iroko, para afastar o perigo de que os espíritos abiku levem embora as crianças da aldeia. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado.
O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem.
Iroko está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos.
No Brasil, Iroko é considerado um orixá e tratado como tal, principalmente nas casas tradicionais de nação ketu. É tido como orixá raro, ou seja, possui poucos filhos e raramente se vê Irôko manifestado. Para alguns, possui fortes ligações com os orixá chamados Iji, de origem daomeana: Nanã,Obaluaiyê, Oxumarê. Para outros, está estreitamente ligado a Xangô. Seja num caso ou noutro, o culto a Irôko é cercado de cuidados, mistérios e muitas histórias.
No Brasil, Iroko habita principalmente a gameleira branca, cujo nome científico é ficus religiosa. Na África, sua morada é a árvore iroko, nome científico chlorophora excelsa, que, por alguma razão, não existia no Brasil e, ao que parece, também não foi para cá transplantada.
Para o povo yorubá, Iroko é uma de suas quatro árvores sagradas normalmente cultuadas em todas as regiões que ainda praticam a religião dos orixás. No entanto, originalmente, Iroko não é considerado um orixá que possa ser "feito" na cabeça de ninguém.
Para os yorubás, a árvore Iroko é a morada de espíritos infantis conhecidos ritualmente como "abiku" e tais espíritos são liderados por Oluwere. Quando as crianças se vêem perseguidas por sonhos ou qualquer tipo de assombração, é normal que se faça oferendas a Oluwere aos pés de Iroko, para afastar o perigo de que os espíritos abiku levem embora as crianças da aldeia. Durante sete dias e sete noites o ritual é repetido, até que o perigo de mortes infantis seja afastado.
O culto a Iroko é um dos mais populares na terra yorubá e as relações com esta divindade quase sempre se baseiam na troca: um pedido feito, quando atendido, sempre deve ser pago pois não se deve correr o risco de desagradar Iroko, pois ele costuma perseguir aqueles que lhe devem.
Iroko está ligado à longevidade, à durabilidade das coisas e ao passar do tempo pois é árvore que pode viver por mais de 200 anos.
Dia da Semana: Terça-feira.
Cores: Branco, Verde (ou Cinza) e Castanho
Símbolo: Lança, Grelha
Domínios: Tempo, Vida e Morte
Saudação: Iroko I Só! Eeró!
Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é umOrixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixásdesceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo.
Iroko, Iroco ou Roko (do iorubá Íròkò) é um orixácultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketue, como Loko, pela nação Jeje. Corresponde aoInquice Tempo na nação Angola ou Congo.
Em todas as reuniões dos Orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam diretamente na sua ação eterna. É um Orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios. É o Orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa oTempo e o Espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilônia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egito como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte. Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.
É o também tempo das mudanças climáticas, as variações do tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião da ancestralidade.
Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7 metros de diâmetro.
No Brasil, onde essa árvore não existe, diz-se que Iroko habita a gameleira branca, Ficus gomelleira ou Ficus doliaria (também chamada figueira-branca, guapoí, ibapoí, figueira-brava e gameleira-branca-de-purga). Nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um “ojá” (laço de pano branco) ao seu redor.
Iroko representa a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás. Desrespeitar Iroko (a grande e suntuosa árvore) é o mesmo que desrespeitar a sua dinastia, os seus avós, o seu sangue… Iroko representa a história do Ìlè (casa), assim como do seu povo… protegendo-o sempre das tempestades.
Ao contrário da maioria dos orixás, este não costuma “baixar” nas festas de santo, nem ser “feito” na cabeça dos fiéis. É reverenciado por meio de oferendas à árvore que o representa. Os animais a ele consagrados são a tartaruga e o papagaio.
Iroko é um Orixá pouco cultuado tanto no Brasil como em Portugal, e os seus filhos também são muito raros. Os seus filhos, no entanto, são sempre muito protegidos pelo seu Orixá.
Características dos filhos de Iroko
Os filhos de Iroko são tidos como eloquentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos.
Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.
Apaixonam-se com facilidade e gostam de liderar.
Dotados de senso de justiça, são amigos queridos, mas também podem ser inimigos terríveis, no entanto, reconciliam-se facilmente.
Um defeito grande, é o facto de não conseguirem guardar segredos.
Cores: Branco, Verde (ou Cinza) e Castanho
Símbolo: Lança, Grelha
Domínios: Tempo, Vida e Morte
Saudação: Iroko I Só! Eeró!
Iroko ou Tempo, como também é conhecido, é umOrixá muito antigo. Iroko foi à primeira árvore plantada e pela qual todos os restantes Orixásdesceram à Terra. Iroko é a própria representação da dimensão Tempo.
Iroko, Iroco ou Roko (do iorubá Íròkò) é um orixácultuado no candomblé do Brasil pela nação Ketue, como Loko, pela nação Jeje. Corresponde aoInquice Tempo na nação Angola ou Congo.
Em todas as reuniões dos Orixás está sempre presente Iroko, calado num canto, anotando todas as decisões que implicam diretamente na sua ação eterna. É um Orixá pouco conhecido dos seres vivos ou mortos, nascidos ou por nascer. Toda a criação está nos seus desígnios. É o Orixá Iroko, implacável e inexorável, que governa oTempo e o Espaço, que acompanha, e cobra, o cumprimento do Karma de cada um de nós, determinando o início e o fim de tudo.
Conhecido e respeitado na Mesopotâmia e Babilônia como Enki, o Leão Alado, que acompanha todos os seres do nascimento ao infinito; cultuado no Egito como Anúbis, o deus Chacal que determina a caminhada infinita dos seres desde o nascimento até atravessar o Vale da Morte. Também venerado como Teotihacan entre os Incas e Viracocha entre os Maias como o Senhor do Início e do Fim; também presente no Panteão Grego e Romano, onde era conhecido e respeitado como Cronus, o Senhor do Tempo e do Espaço, que abriga e conduz a todos inexoravelmente ao caminho da Eternidade.
É o também tempo das mudanças climáticas, as variações do tempo-clima. Guardião das florestas centenárias é o colectivo das árvores grandiosas, guardião da ancestralidade.
Em África, a sua morada é a árvore iroko, Milicia excelsa (antes classificada como Chlorophora excelsa), chamada “amoreira africana” na África de língua portuguesa. É uma árvore majestosa, encontrada da Serra Leoa à Tanzânia, que atinge 45 metros de altura e até 2,7 metros de diâmetro.
No Brasil, onde essa árvore não existe, diz-se que Iroko habita a gameleira branca, Ficus gomelleira ou Ficus doliaria (também chamada figueira-branca, guapoí, ibapoí, figueira-brava e gameleira-branca-de-purga). Nos terreiros, costuma-se manter uma dessas árvores como morada de Iroko, assinalada por um “ojá” (laço de pano branco) ao seu redor.
Iroko representa a ancestralidade, os nossos antepassados, pais, avós, bisavós, etc., representa também o seio da natureza, a morada dos Orixás. Desrespeitar Iroko (a grande e suntuosa árvore) é o mesmo que desrespeitar a sua dinastia, os seus avós, o seu sangue… Iroko representa a história do Ìlè (casa), assim como do seu povo… protegendo-o sempre das tempestades.
Ao contrário da maioria dos orixás, este não costuma “baixar” nas festas de santo, nem ser “feito” na cabeça dos fiéis. É reverenciado por meio de oferendas à árvore que o representa. Os animais a ele consagrados são a tartaruga e o papagaio.
Iroko é um Orixá pouco cultuado tanto no Brasil como em Portugal, e os seus filhos também são muito raros. Os seus filhos, no entanto, são sempre muito protegidos pelo seu Orixá.
Características dos filhos de Iroko
Os filhos de Iroko são tidos como eloquentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos.
Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.
Apaixonam-se com facilidade e gostam de liderar.
Dotados de senso de justiça, são amigos queridos, mas também podem ser inimigos terríveis, no entanto, reconciliam-se facilmente.
Um defeito grande, é o facto de não conseguirem guardar segredos.
Sirè..
Sìrè no candomblé brasileiro equivale à festa do Orisá. Dançar, brincar, festejar, jogar, divertimento, ou seja, o início das louvações as divindades. no Ilè Asé Osún Opàrá Sìrè são apenas 3 cantigas para cada Orisá, caso contrário vira "Hun" de Orisá, se não depois não tem muito o que cantar, apenas para alguns....
Ogun
Ogun Ajo e monriwo, Alaakoro ajo e monriwo,
Ogun pa le pa loonon, ogun ajo e monriwo
Ele ki fi eje we
Awa nsírè Ogun o, eru jojo
Awa nsírè Ogun o, eru jojo
Erunjeje.
Alaada meji meji
A L´Ogun meje Ire.
Osoosi
Ofa re ye ye figbo dode figbo
Ofa re ye ye ko sé omorodé
Ewa tire oke, ewa tire, ni lé igbo re ó
Ara wa won ní jé ki ofa re won, ofá re ye je ni won
Ara wa won ní jé ki ofa re won, ofá re ye je ni won
Ara wa won ní jé ki ofa re won, Olowo o
Ara wa won ní jé ki ofa re won.
Omolu
A ji dagoloonon ki wa sawo oro
Dago ile ile, dagoloonon ki wa sawo oro
Dago ile ile.
Omolu mo ni fi ni yin
Fara fara faroti, omolu akara e e
Fara fara faroti.
E fara loko, fara loko,
Pa zu e, pa zu e
Omolu araiye
Pa zu e, pa zu e
Osonyin
Ábèbè nbó, Ábèbè nbó
Ewe Ábèbè,
Ábèbè nbó, Ábèbè nbó
Ewe Ábèbè
Mo je ewe epe mo sonra o, Mo je ewe epe mo sonra
Epe lo be wa, epe lo ya mi, Mo je ewe epe mo sonra
Sá ore Pepe
Ope li ope lepe
Sá òrè pepe
Opè li ope Sango
Iroko
Iroko
Baba la kodè
Eró iroko iso
Ero iroko ki silé
Igi mon
Iroko ola sú
Osùmárè
Araka do bo orun
Ki lo da de owo, Osùmárè o o
E sin a bo re kun, gberun lé
Alaakoro lé èmi ò alaakoro lè ìwo
Alaakoro lé èmi ò alaakoro lè ìwo
Nàna
E nana ewa o
Adaba o o oro lese
E olowo oro lese, nana olowo
E e oro da ka ya, nana olowo
Eni koríko odo ki walé, omon nílè ko rajo,
Nàná ikú rè omon nílè ko rajo, ko rajo
ko rajo, o fele le, ko rajo.
Òsún
Yeye, yeye yiye ó ó, olúféwa àsé omi odò
E oba kó só ayaba ó, olúféwa àsé omi odò.
E ye oja re, ya ele majo obè mo ro
Omi fa were
Omi fa were omiro
Aride gbe o o
Oba
Oba eleko ajaosi
Soba eleko ajaosi
Oro moba
Sa moba oba eleko ajaosi
E nu were
Ofá were
E nu were
Ofá were
E nu ofa fara man
Oba loja la oje
Yewa
Iyewa iyewa ma ajo
Iyewa iyewa, olowo
Iyewa iyewa ma ajo
Iyewa iyewa
Oba olowo, awo lese
Iyewa iyewa ma ajo
Iyewa ni fa toto lo bewa e
Olu aiye iyewa ni fa toto lo bewa e
Olu aiye
Iyewa masa
Awa masa
Amu re le o
Oya
Oya koro n le Ogere ge
Oya koro n la oga raga
Omobirin sala koro n le
Oge rege
Oya komo re lo
Ta ni a pada loodo Oya,
Odo ho ya ya
Ta ni a pada loodo Oya,
Odo ho ya ya
Adupe ni ko gbe l´ajo
Oya ni ko gbe l´ajo
E loya
Yèmojá
Marele Mara bodo
Sa rena
Awoyo karabodo
Sare non e e
Oni a araye
Marele marabodo
Sa rena
Iyagba o de ire se
A kii e Yemoja
A koko pe ile gbe a o yo
Odo o fi, a sa were o
Sango
Orain a lode o
Bara eni já, eni a roko
Oba nu koso, nu re lê o
Bara eni já, eni a roko
Oni maa, ni mo eje
Bara eni já, eni a roko
Mo oya, mi mo oya, mo ye ku
Bara eni já, eni a roko
Meta meta, te ro oya
Bara eni já, eni a roko
Be lo koso murele
Bara eni já, eni a roko
Onika won bo lorun, kereje
Onika won bo lorun, kereje Agutan
Itetu pade wa lona, Onika si re le
Ibo si orain, a lode o
Bara eni já, eni a roko
Oba ser ela fehintin
Oba ser ela fehintin
Oba nwa aiye be lorun
Oba ser ela fehintin
Oba nwa aiye be lorun
Oba ser ela fehintin
Oba kere kere wa do, osi arole
Iya lodo mase, e ko ke re l´anu
S´oko Iyagba, iya lodo mase
A nwa wure, a nwa wura
Obalube oba alado
Oba alado ri so, fun aiye
Oba alado ri so, fun aiye
Oba alado ri so, fun aiye
Osala
Me le kun tun, ala funfun baba
Baba duro de, baba duro de olorun
Baba duro de
Epo ekete o o
Baba ekete o o
Ajagunnon gba awa o o
Ajagunnon
Ajagunnon gba awa o o
Ajagunnon
Elemoso baba Oloorogun
Ajagunnon gba awa o o....
William Ti Ajagunnon
Asé..
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